Cotidiano
Para diocese, padre excomungado fez 'escândalo' e cometeu 'heresia'
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COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM BAURU
Um dia após fiéis terem lotado as missas de
despedida do padre Beto, a Diocese de Bauru (SP) disse ontem, em um comunicado,
que todas as iniciativas de diálogo com o religioso foram esgotadas.
Igreja decide excomungar padre que defende
homossexuais
Padre que defende homossexualidade pede afastamento
Fiéis lotam missa de padre que defende homossexuais
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O texto diz que, "em nome da liberdade de
expressão", o padre "traiu o compromisso de fidelidade à igreja a
qual ele jurou servir no dia de sua ordenação sacerdotal".
Ele afirma também que "estes atos provocaram
forte escândalo e feriram a comunhão eclesial".
De acordo com a diocese, com as declarações
divulgadas em vídeo na internet, o padre cometeu um "gravíssimo delito de
heresia" cuja pena prescrita é a excomunhão.
Quem é excomungado não pode participar de nenhuma
cerimônia do culto católico, celebrar ou receber sacramentos. Não pode batizar
ou ser batizado, casar-se ou realizar um casamento, confessar-se ou ouvir
confissões.
Luly Zonta/Agência Bom Dia
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Mais de
mil pessoas lotaram igreja em Bauru no domingo de manhã para de despedir das
missas celebradas pelo Padre Beto
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Como membro desligado da Igreja Católica, também
não recebe mais os benefícios, como pensão, por cargos que tenha exercido.
Para tocar o processo de excomunhão, um padre
especialista em direito penal canônico foi nomeado juiz instrutor pelo bispo de
Bauru, Caetano Ferrari, 70.
A assessoria de imprensa da diocese informou que
após a decisão nenhum pronunciamento será feito.
Ainda ontem, ao lado de uma advogada, o padre Beto
procurou um cartório para registrar seu pedido de afastamento logo após ser
informado sobre a excomunhão.
A diocese avalia que a excomunhão "coloca um
ponto final nessa dolorosa história" e pede que o padre "tenha a
coragem da humildade em reconhecer que não é o dono da verdade e se reconcilie
com a igreja". (CRISTINA CAMARGO e BEATRIZ IZUMINO)